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Força tarefa vai atuar em zonas afetadas por chuvas
O governo federal acaba de criar uma força tarefa formada por geólogos do Serviço Geológico do Brasil e hidrólogos da Agência Nacional de Águas (ANA) para atuar nas regiões mais atingidas pelas fortes chuvas que castigam o País.
O objetivo do grupo é identificar as áreas sujeitas a deslizamentos e inundações nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, regiões em que cerca de 2,5 milhões de pessoas já foram afetadas pelas chuvas.
“O Serviço Geológico do Brasil tem uma equipe de técnicos plenamente capacitados para essa tarefa; é fundamental, aliás, que essa ação privilegie o aspecto da competência técnica”, diz o Geólogo Nivaldo José Bósio, Chefe de Relações Institucionais do Crea-SP , com muitos anos de atuação na Diretoria da Federação Brasileira de Geólogos – Febrageo.
A força tarefa de 50 especialistas deve se basear em informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para atuar preventivamente em áreas de deslizamento, enxurradas, inundações e alagamentos.
“Primeiro é preciso acabar com essa ideia de que se trata de desastres naturais. O termo é inapropriado, pois não há registros de terremotos, furacões ou tsunamis, nem a presença de vulcões no Brasil. Todas essas tragédias foram causadas pela ação do homem, são desastres artificiais”, comenta.
O Geólogo Bósio aponta as principais causas desses desastres: “Infelizmente a mão do homem tem um peso fundamental na criação dessas tragédias, por ações como o desmatamento, a degradação do solo, a destruição das matas ciliares, o assoreamento dos rios, o manejo incorreto do lixo e a ocupação indevida de áreas”.
A atuação técnica nessas áreas ficará restrita ao mapeamento de riscos e à sua prevenção. “De nada adianta atuar nesses locais se continuarem permitindo que eles sejam ocupados, em alguns casos indevidamente. É necessário promover a retirada das pessoas dessas áreas de risco e esta é uma ação que escapa do aspecto técnico, é essencialmente política”, comenta.