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Moagem de cana deve cair 1,24% na safra 2011/2012
As usinas e destilarias da Região Centro-Sul do Brasil devem processar 550 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2011/2012, queda de 1,24% sobre 556,89 milhões de toneladas da safra 2010/2011, de acordo com a primeira previsão da Datagro Consultoria, divulgada nesta terça, dia 15, no 4º Simpósio Datagro/Udop, em Araçatuba (SP).
Segundo o presidente da consultoria, Plínio Nastari, a forte estiagem no segundo semestre de 2010, causada pelo fenômeno La Niña, prejudicou o desenvolvimento da cultura e vai impactar a produção. De acordo com Nastari, a ação do clima entre março e abril deve ser fundamental para definir qual será a previsão real da safra processada pelas usinas em 2011/2012. Com isso, a safra no Centro-Sul pode variar em 15 milhões de toneladas para cima ou para baixo.
Na safra passada, a estiagem derrubou as previsões iniciais, que variavam de 585 milhões de toneladas a 595 milhões de toneladas, para a produção final moída próxima a 557 milhões de toneladas no Centro-Sul. Com a oferta restrita de cana, a Datagro prevê que a produção do açúcar chegará a 35,1 milhões de toneladas no Centro-Sul em 2011/2012, alta de 4,65% sobre 33,54 milhões de toneladas da safra passada, graças aos bons preços da commodity.
- O crescimento modesto será ainda em cima da capacidade instalada de produção de açúcar do mercado, que aumentará 1,5 milhão de toneladas. O aumento é modesto porque o mundo gostaria que o Brasil produzisse mais - disse Nastari.
A produção de etanol no Centro-Sul deve ficar estável, em torno de 25,3 bilhões de litros entre as duas safras, com tendência de queda em 2011/2012. As exportações do combustível despencarão 37,8% entre os períodos, de 1,5 bilhão para 1,15 bilhão de litros.
- A produção de etanol será destinada ao mercado interno e a exportação será menor - explicou o consultor.
Com a produção estável, os preços do etanol devem seguir altos no mercado interno.
- Os preços mínimos, que eram de R$ 0,58 em 2009, foram de R$ 0,70 em 2010 e, em 2011, devem ficar em R$ 0,85 e R$ 0,90, com um teto de R$ 1,15 e R$ 1,20, onde há a competição com a gasolina - disse Nastari.
O consumo de etanol também deve ser estável, em 1,5 bilhão de litros por mês. Nastari avaliou, ainda, que a produção de etanol em março, mês anterior ao início da safra, deve ser de 1,5 bilhão de litros, o que trará um estoque de passagem entre as safra 2010/2011 e 2011/2012 de 590 milhões de litros, o que representa um consumo de 9,5 dias.
- Mas o viés agora é de alta, com a produção antecipada de 1,6 bilhão a 1,7 bilhão de litros - avaliou o consultor.