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23/09/2011

Preço da cana não cobre custo de produção

O preço médio recebido por produtores de cana-de-açúcar da região Centro-Sul Tradicional foi de R$ 55,23 a tonelada na safra 2010/11. Embora tenha sido suficiente para cobrir custos e depreciações, o valor ficou abaixo dos custos totais da cana (que abrangem os custos de oportunidade), de aproximadamente R$ 60 a tonelada. Essas e outras informações fazem parte do 5º levantamento de custos de produção de cana, açúcar e etanol, divulgado na tarde de ontem pelo Pecege (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas), da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), durante o 1º Seminário de Indicadores Econômicos do Setor Sucroenergético.

Segundo o gestor de projetos do Pecege Leonardo Botelho Zilio, o fato de os produtores dessa região (composta pelos Estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro) ainda não terem alcançado um patamar de lucro econômico pode ser justificado pelos maiores níveis de preços de arrendamentos e pela maior ociosidade do capital investido. "O custo da terra em São Paulo chega a ser 30% superior ao registrado em Minas Gerais, por exemplo", afirmou Zilio.

Entre as três regiões consideradas no levantamento do Pecege, a Centro-Sul Tradicional foi a única a apresentar rentabilidade negativa, de 6,91%, na comparação do preço da cana com o custo total. Já no Centro-Sul Expansão %4 compreendendo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais %4 e no Nordeste, os preços de venda da cana foram suficientes para remunerar o custo total, inclusive com sobra líquida de capital.

De qualquer forma, na avaliação do pesquisador, o cenário a usinas e fornecedores do setor sucroenergético brasileiro pode ser considerado positivo, comparando-se aos anos-safras anteriores. A margem que era negativa em 27% ao produtor do Centro-Sul Tradicional na safra 2007/08 passou para -7% na temporada 2010/11. Uma das explicações para essa melhora ao produtor está no aumento nos preços a taxas superiores à dos custos. "Enquanto o custo subiu 7,3%, na média da safra 2010/11, o quilo do ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) valorizou 16,7%, na mesma região", exemplificou Zilio, ressaltando que o preço médio recebido por produtores do Centro-Sul Tradicional, de R$ 55,23 a tonelada, foi o maior já registrado pelo Pecege.           



fonte: Jornal de Piracicaba
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