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28/12/2010

Produção de cana bate recorde em 2010

A produção de cana-de-açúcar em 2010 bateu recorde com quase 652 milhões de toneladas. Poderia ter sido mais, não fosse a estiagem do meio do ano. Mesmo assim, o produtor está satisfeito.

A colheita da cana em diversas regiões do centro-sul do Brasil acabou mais cedo por conta da forte seca de 2010. A Usina São Francisco, em Sertãozinho, São Paulo, foi uma das poucas que conseguiram esticar os trabalhos no campo e na fábrica. "Nós não esperávamos um ano com uma seca desse tipo", disse Jairo Balbo.

Mesmo assim, o diretor industrial Jairo Balbo ressaltou que o estresse hídrico provocado pela pouca chuva melhorou a qualidade da matéria prima. "Nessa safra de 2010, que nós estamos concluindo, tivemos um resultado de açúcar por área muito bom, que foi compensado pelo amadurecimento da cana. O que em termos de açúcar proporcionou 7% a mais do que o ano passado e que remuneraram a atividade de forma mais significativa", explicou.

Em 2010, a maior parte da lavoura foi transformada em álcool, mas no decorrer do ano, o açúcar roubou todas as atenções. É que problemas em outros países produtores estimularam tanto as exportações brasileiras que teve até congestionamento de navios no Porto de Santos.

No mês de julho havia 57 embarcações à espera de carregamento. Tamanho interesse fez o preço do açúcar dobrar em relação aos valores praticados em 2009. De toda a cana colhida em 2010, cerca de 45%

Na opinião de Antonio de Pádua Rodrigues, diretor da Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o Brasil saiu fortalecido diante do mercado internacional.

"Graças a Deus, teve fila. Isso significa que nós tínhamos açúcar para carregar. Pior se o açúcar ficasse nos armazéns das usinas e não tivesse navio no porto para carregar esse açúcar. "O Brasil mostrou que não existe nenhum lugar do mundo que consiga embarcar três milhões de toneladas de açúcar por mês", disse Pádua.

Esse cenário de boas notícias foi capaz de reverter a situação de incertezas que os produtores de cana vinham enfrentando.

O agrônomo Gustavo Nogueira trabalha na Canaoeste, Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo. "A safra fecha em março de 2011. Mas hoje os valores brutos estão em torno de R$ 51. É mais ou menos relativo ao preço que o produtor recebeu na safra de 2006, que foi um ano de boa safra, de boa remuneração", avaliou.

A injeção de recursos no campo estimulou as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas voltados especificamente para a cultura da cana. Artur Monassi é dono de sete revendas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

"Em relação a 2009, as nossas lojas venderam 50% a mais em relação ao ano passado. Quando se vende colheitadeira, vende-se também transbordo, plantadeiras e tratores. A lavoura precisa de outros equipamentos para os tratos culturais e o preparo do solo. Então, acaba se vendendo um pacote de equipamentos", explicou Monassi.

Na sede do Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão Preto, o presidente Silvio Palviqueves faz algumas ressalvas sobre esse crescimento tecnológico do setor. "Para quem está no facão e consegue a qualificação ele está indo para a mecanização. Agora, com o outro a gente está um pouco preocupado. Essa mão de obra não tem uma escolaridade. Quem está absorvendo um pouco dessa mão de obra é a construção civil. Em 2010, foram perdidas cerca de duas a três mil vagas foram deixadas", calculou.

Na área agrícola, a recuperação nos preços da tonelada da cana trouxe os investimentos de volta à lavoura do produtor Roberto Rossetti. Ele vai gastar algo em torno de quatro mil reais por hectare para renovar boa parte do canavial. A primeira fase foi plantar o amendoim como rotação de cultura.

"Esse ano, a nossa reforma foi de aproximadamente 65 hectares. A gente vai plantar a cana em maio, logo após a colheita do amendoim. A gente acredita na volta de bons anos da cana", disse Rossetti.

Agora em dezembro, os Estados Unidos mantiveram as taxas para a importação do etanol brasileiro a fim de proteger os agricultores norte-americanos. Por conta disso, os produtores brasileiros já pensam em entrar com um processo na OMC, Organização Mundial do Comércio. Processos semelhantes já foram feitos com o algodão, o suco de laranja e o açúcar.



fonte: UDOP
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